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Novas perspectivas no tratamento de doenças intestinais raras com células-tronco

Novas perspectivas no tratamento de doenças intestinais raras com células-tronco

09 de Julho de 2024 - Escrito por Yasmin Rana de Miranda
No universo da medicina regenerativa, a terapia com células-tronco continua a abrir caminhos inovadores para o tratamento de doenças complexas. Recentemente, um estudo liderado por pesquisadores da University College London (UCL) e da Universidade de Sheffield trouxe esperança para os pacientes com Doença de Hirschsprung, uma condição intestinal rara e debilitante


A Doença de Hirschsprung é caracterizada pela ausência de células nervosas em partes do intestino grosso, que resulta da falha dos progenitores do sistema nervoso entérico (SNE) em colonizar completamente o trato gastrointestinal durante o desenvolvimento embrionário. Essa ausência prejudica a contração do intestino e o movimento das fezes. Isso pode levar a constipação crônica e infecções intestinais graves. Afetando cerca de 1 em cada 5.000 recém-nascidos, a doença é geralmente detectada logo após o nascimento e tratada cirurgicamente. No entanto, muitos pacientes continuam a enfrentar sintomas ao longo da vida e, frequentemente, necessitam de múltiplas cirurgias.
A abordagem tradicional para tratar a Doença de Hirschsprung envolve a remoção cirúrgica da parte do intestino sem células nervosas. Contudo, pesquisadores têm explorado alternativas como a terapia com células-tronco, que visa gerar precursores de células nervosas a partir de células-tronco embrionárias humanas (hESCs) e transplantá-los no tecido intestinal dos pacientes, na esperança de restaurar a funcionalidade intestinal.
O estudo, publicado na revista "Gut", detalha o processo em que precursores de células do sistema nervoso entérico (SNE) foram gerados a partir de hESCs e transplantados em amostras de tecido intestinal de pacientes com Doença de Hirschsprung. Este método, que foi testado em tecido humano pela primeira vez, mostrou resultados promissores.
Os pesquisadores conseguiram produzir precursores nervosos em laboratório e transplantá-los no tecido intestinal dos pacientes. Após o transplante, esses progenitores se integram, migram e formam neurônios/glia dentro de amostras explantadas de cólon humano com Doença de Hirschsprung. Esse tecido exibiu um aumento significativo na atividade contrátil basal e respostas aumentadas à estimulação elétrica em comparação com o tecido de controle, sugerindo uma melhora na funcionalidade intestinal. Isso marca um avanço significativo na terapia celular para a Doença de Hirschsprung, potencialmente oferecendo uma alternativa menos invasiva e mais eficaz ao tratamento cirúrgico.
O sucesso inicial deste estudo abre portas para ensaios clínicos futuros e traz uma nova esperança para aqueles que vivem com essa doença rara e debilitante. A perspectiva de utilizar células-tronco para tratar a Doença de Hirschsprung não só ilumina o caminho para tratamentos mais eficazes, mas também destaca o potencial transformador da medicina regenerativa.
A terapia com células-tronco continua a demonstrar um potencial imenso no tratamento de doenças complexas como a Doença de Hirschsprung. Os avanços detalhados neste estudo não só oferecem esperança para tratamentos mais eficazes e menos invasivos, mas também reforçam a importância da colaboração interdisciplinar na pesquisa médica. À medida que continuamos a explorar as fronteiras da medicina regenerativa, cada descoberta nos aproxima de uma realidade em que condições antes intratáveis podem ser superadas. Referências: Artigo comentando o estudo: