Explorando o potencial terapêutico dos exossomos derivados de células-tronco mesenquimais na medicina regenerativa e terapia celular
11 de Abril de 2024 -Escrito por Yasmin Rana de MirandaOs exossomos são pequenas vesículas extracelulares carregadas de moléculas bioativas e têm emergido como uma ferramenta promissora, oferecendo uma abordagem inovadora para o tratamento de uma variedade de doenças. Os exossomos derivados de células-tronco mesenquimais têm a capacidade de transportar uma variedade de moléculas bioativas para as células-alvo, promovendo a regeneração tecidual, reduzindo a inflamação e induzindo respostas imunológicas controladas. Essa ferramenta abre caminho para uma nova era na medicina, onde terapias baseadas em exossomos derivados de células-tronco mesenquimais podem complementar a terapia celular, proporcionando o tratamento de uma ampla gama de doenças, desde distúrbios neurológicos até condições autoimunes e regeneração de órgãos vitais
Na era da medicina regenerativa e terapia celular, os exossomos derivados de células-tronco mesenquimais (CTM-Exos) emergem como uma ferramenta promissora, oferecendo uma abordagem inovadora para o tratamento de uma variedade de condições debilitantes. As células-tronco mesenquimais (CTMs), conhecidas por suas propriedades imunomoduladoras e regenerativas, têm sido amplamente utilizadas em terapias celulares. Estudos recentes destacaram que os efeitos terapêuticos dessas células podem ser mediados principalmente pela produção de exossomos, pequenas vesículas extracelulares carregadas de moléculas bioativas, como fatores de crescimento, quimiocinas e citocinas. Desta maneira, essas estruturas podem configurar-se como uma promissora ferramenta terapêutica, complementando a terapia celular.
Os CTM-Exos, com tamanhos na faixa de 30-150 nm de diâmetro, têm a capacidade de transportar uma variedade de conteúdos, incluindo proteínas, ácidos nucleicos e lipídios, para as células-alvo. Essas moléculas bioativas podem desempenhar um papel crucial na modulação do microambiente celular, promovendo a regeneração tecidual, reduzindo a inflamação, e induzindo respostas imunológicas controladas. Essas características os tornam eficazes na promoção da regeneração tecidual, inibição da apoptose, recrutamento das células-tronco endógenas, modulação do sistema imunológico e estimulação da angiogênese.
Em uma miríade de estudos pré-clínicos, os CTM-Exos têm demonstrado eficácia terapêutica em uma ampla gama de doenças e condições, desde distúrbios neurológicos, como acidente vascular cerebral e doença de Parkinson, até doenças autoimunes, como artrite reumatoide e esclerose múltipla. Além disso, sua capacidade de promover a regeneração cardíaca, hepática e renal tem despertado um interesse considerável no potencial dessa ferramenta como uma abordagem terapêutica multifacetada. Ademais, sua capacidade de proteger moléculas terapêuticas contra degradação e facilitar sua absorção celular os torna uma opção atraente para a entrega de genes, fármacos e enzimas.
Com relação aos ensaios clínicos, atualmente, há vários estudos explorando o potencial terapêutico dos CTM-Exos em diversas doenças, como síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), doenças renais, doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), osteoartrite, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer, diabetes tipo 1, entre outras. E, embora as fontes mais comuns de CTM-Exos sejam o tecido adiposo, a medula óssea e o cordão umbilical, há pesquisas em andamento para explorar outras fontes potenciais.
Em termos de administração, os CTM-Exos podem ser entregues por várias vias, incluindo infusão intravenosa, inalação, injeção local e até mesmo administração tópica. Contudo, ainda não há consenso sobre a dose ideal e a via de administração mais eficaz. Cada via de administração tem suas próprias vantagens e considerações, e a escolha da melhor rota dependerá da doença-alvo, da eficácia terapêutica desejada e da segurança do paciente.
Embora desafios permaneçam, como a padronização da produção, isolamento, caracterização, dosagem de CTM-Exos e a otimização das vias de administração, os avanços nesta área oferecem esperança para o desenvolvimento de terapias celulares mais eficazes e seguras. Com um entendimento mais profundo de seus mecanismos de ação e uma abordagem personalizada para cada condição clínica, os CTM-Exos têm o potencial de revolucionar o campo da medicina regenerativa e abrir novas perspectivas para o tratamento de doenças que até o momento não podem ser tratadas. À medida que a pesquisa continua avançando e novas descobertas são feitas, é interessante imaginar o papel transformador que os CTM-Exos podem desempenhar na melhoria da saúde e na qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.
Referências:
Revisão sobre a aplicação de exossomos derivados de células-tronco mesenquimais em ensaios clínicos:
Mesenchymal stromal/stem cell (MSC)-derived exosomes in clinical trials