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Criopreservação de Células-Tronco Mesenquimais: Preservando a Capacidade Regenerativa para o Futuro

Criopreservação de Células-Tronco Mesenquimais: Preservando a Capacidade Regenerativa para o Futuro

12 de Dezembro de 2023 - Escrito por Yasmin Rana de Miranda

As células-tronco mesenquimais (CTMs) são uma poderosa ferramenta na medicina regenerativa, oferecendo potencial terapêutico em diversas doenças. A criopreservação desempenha um papel fundamental na preservação dessas células, permitindo seu armazenamento a longo prazo a temperaturas extremamente baixas. Esse método preserva a idade metabólica das células e garante que elas permaneçam viáveis e funcionais por muitos anos. As etapas-chave do processo incluem coleta, processamento, criopreservação, congelamento lento, armazenamento a longo prazo e descongelamento controlado. A capacidade de armazenar CTMs sem data de validade torna essa técnica uma ferramenta valiosa para tratamentos regenerativos ao longo da vida.



As células-tronco mesenquimais (CTMs) são uma ferramenta poderosa na medicina regenerativa e no tratamento de uma ampla gama de doenças. Elas são um tipo de célula-tronco adulta que podem ser isoladas de várias fontes do corpo como polpa dental, tecido adiposo (gordura), periósteo do palato, medula óssea, dentre muitas outras. Elas são conhecidas por sua capacidade de se auto renovarem e diferenciarem em células especializadas, como células ósseas, cartilaginosas e adiposas, tornando-as capazes de contribuir para a regeneração de diversos tecidos e órgãos do corpo humano. Além disso, as CTMs têm propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, tornando-as uma escolha valiosa para a medicina regenerativa. Diversos estudos demonstram seu potencial terapêutico em condições como leucemias, diabetes, esclerose múltipla, doenças cardíacas e muitas outras.

 

Para aproveitar ao máximo o potencial terapêutico das CTMs, é essencial preservá-las com segurança a longo prazo. A criopreservação é o método-chave para atingir esse objetivo. Ela usa técnicas avançadas de congelamento, armazenando as células a temperaturas extremamente baixas, geralmente em nitrogênio líquido a -196oC - com isso, é possível manter sua viabilidade e funcionalidade por muitos anos. Isso é fundamental para pesquisas em ensaios clínicos e tratamentos, uma vez que as CTMs podem ser usadas quando necessário, sem perder suas propriedades biológicas. A principal vantagem desse método é que ele paralisa a idade metabólica das células-tronco, mantendo-as com a mesma idade do doador no momento da coleta. Ou seja, se uma pessoa de 60 anos coletou suas células-tronco quando tinha apenas 7 anos, ela pode usar essas células armazenadas, com todo o potencial e saúde da infância, em tratamentos regenerativos.


As etapas-chave envolvidas no processo de criopreservação de CTMs são:


- Coleta: as CTMs podem ser obtidas de várias fontes, incluindo a medula óssea, tecido adiposo, sangue do cordão umbilical e outros tecidos. Antes do processo de criopreservação, essas células são coletadas por meio de procedimentos médicos especializados.



- Processamento: após a coleta, as CTMs passam por um processo de purificação e isolamento do material coletado, separando-as do restante da amostra. Isso permite a multiplicação e a realização de testes de qualidade necessários para garantir que as células estejam em condições ideais para uso em tratamentos de saúde. Ou seja, as impurezas são eliminadas e as CTMs encontram-se em sua forma mais pura e com alta qualidade.



- Criopreservação: as CTMs processadas são misturadas com um meio de criopreservação especializado que contém agentes crioprotetores. Esses agentes ajudam a proteger as células durante o congelamento, evitando danos. Em seguida, as células são transferidas para recipientes de armazenamento.



- Congelamento lento: o congelamento das CTMs é realizado de forma controlada e lenta para minimizar o estresse celular e prevenir a formação de cristais de gelo que podem prejudicar as células. A água em nossas células forma cristais quando congelada, e esses cristais pontiagudos podem danificar as células, levando-as à morte. Para evitar isso, a temperatura é reduzida gradualmente até atingir -80°C. Os agentes crioprotetores também ajudam a inibir a formação de cristais, preservando a integridade das células mesmo após o congelamento.



- Armazenamento a longo prazo: após o congelamento, as CTMs são transferidas para tanques de nitrogênio líquido, onde são armazenadas a temperaturas extremamente baixas (-196°C). Essas condições de armazenamento garantem que as células permaneçam viáveis e funcionais por longos períodos de tempo.



- Descongelamento: quando as CTMs precisam ser utilizadas em pesquisas ou tratamentos, elas são descongeladas de maneira controlada e gradual. Isso envolve a remoção do crioprotetor e o retorno das células à temperatura ambiente. É fundamental realizar esse processo com cuidado para evitar danos às CTMs.



É importante destacar que a criopreservação de células-tronco não tem data de validade, o que significa que essas células podem ser armazenadas pelo resto da vida do doador. Essa técnica permite a preservação de materiais biológicos por muitos anos, garantindo que essas células estejam disponíveis quando necessárias. Assim, a criopreservação de células-tronco mesenquimais é uma tecnologia inovadora que oferece a oportunidade de preservar uma parte essencial de nosso corpo, permitindo a utilização dessas células em tratamentos regenerativos ao longo da vida.


Referências


Como funciona a criopreservação de células-tronco: 

https://r-crio.com/blog/criopreservacao-de-celulas-tronco-como-ela-funciona/